
Quando os fósforos eram a principal e mais barata forma de acender um cigarro, era comum as carteiras de fósforos serem elegantemente decoradas de forma a se constituírem como itens coleccionáveis para gerações.
Assim, neste meu último post antes do última comemoração do dia da Independência de 1640 como dia feriado, resolvi identificar e dar-vos a conhecer um pouco da imagem de fundo deste blog.
Como é usual para as grandes marcas da indústria civil, em tempo de guerra, acontece uma natural transformação e adaptação ao mercado bélico de forma a se tornarem consumivéis em mercados que não são habitualmente a sua esfera.
Assim a John Player & Sons, lança em finais da "Grande Guerra pela Civilização", uma colecção de 40 cartas com as principais medalhas e ordens honorificas dos países aliados, que podiam vir em carteiras de fósforos ou em pequenos maços de tabaco.

Um desenho muito cuidado e de grande qualidade, aliás como qualquer outra carta desta colecção, mostra a cruz de guerra de 1917 com um tipo de suspensão nada vulgar que só pode ser justificada de uma forma: para a ilustração foi usado não o modelo oficial instituído pela republica portuguesa, mas sim uma adaptação da passadeira ao estilo Inglês que a usava de forma rectangular na suspensão da insígnia.
Numa das mais famosas casas de comércio de medalhas do Reino Unido, foi divulgada uma imagem de uma insígnia da Cruz de Guerra de fabrico Francês com uma suspensão de tipo igual ao da carta.
Cunhada em bronze, de dimensões milimetricamente superiores ao modelo oficial Português e de cinzelar um pouco mais rude, construida em três peças (corpo e dois circulos soldados para o escudo e para a efigie) é no entanto um dos mais belos exemplares que existem da nossa War Cross, Croix de Guerre (Cruz de Guerra) cunhada nas terras do país dos grandes combates pela civilização.
A meia hora do 1º de Dezembro, permitam-me um grito; "Viva os conjurados de 1640, Viva a Liberdade, Viva a Independência Nacional, Viva Portugal!