segunda-feira, 7 de maio de 2012

As primeiras Medalhas da Cruz de Guerra da Guerra do Ultramar




Falar da Cruz de Guerra é falar de Portugueses, da sua História, das suas histórias, e em particular de dois momentos, da Grande Guerra de 14/18, e da Guerra do Ultramar.

Se a primeira foi um misto de trauma e dificuldades para a sociedade civil, mas um grande factor histórico e politico de regozijo para a jovem Republica, a segunda, ainda é, e continuará sendo durante largos anos uma ferida profunda, bem aberta e tristemente ignorada ou esquecida no meio da sociedade Portuguesa.
A Guerra Colonial afirma-se como o ultimo grande momento de mostra de heroicidade para a sociedade civil e militar Portuguesa, que entre 1960 e 1975 viveu os últimos momentos do Império, e os primeiros momentos de Independência dos Povos Africanos.

A 28 de Janeiro de 1962 na Vila de Damba, Província do Uige, Norte de Angola na Fronteira com o Congo, são entregues em 40 anos as primeiras Medalhas da Cruz de Guerra, que se destinavam a galardoar a heroicidade do primeiro ano de guerra, numa cerimónia que contou com as mais altas individualidades Provinciais como o Governador Geral Venâncio Deslandes, General Holbeche Fino, o Brigadeiro Luís Deslandes, entre outras.

Nesta cerimónia foram entregues seis Cruzes de Guerra, todas de 4ª classe e todas à Companhia de Caçadores 144, subordinada ao Batalhão de Caçadores 141 do Regimento de Infantaria 15, pelos feitos levados a cabo a 11 de Setembro de 1961 por homens que debaixo de fogo se lançaram na perseguição do inimigo ao atravessarem o rio Coji conseguindo mostrar grande espírito do sentido do dever e do sentido Pátrio, tendo terminado a sua missão só quando se findaram as munições, já muito depois do comandante do grupo, o alferes que indicarei a seguir, se encontrar gravemente ferido.

Os nomes;

-António João Monteiro Madeira, soldado nº 287/61; Medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe.
-António Júlio Branquinho, soldado nº 205/61; Medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe.
-Apolinio Catreira da Cruz, soldado nº 275/61 ; Medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe.
-Armindo Pereira Francisco, soldado nº 284/61 ; Medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe.
-José Manuel Gonçalves Dias, Furriel Miliciano ; Medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe.
-Leonildo Cirilo Monteiro, Alferes Miliciano ; Medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe.

Resta-me destacar uma frase do comandante da companhia de caçadores 144, o Tenente-Coronel Pereira de Carvalho, proferida no inicio da cerimónia de condecoração; "Todos sabem dar a vida pela Pátria, onde e quando a Pátria precisa!".

Ao topo uma insígnia da Cruz de Guerra de 4ª Classe, de 1946/1949, semelhante às que os nossos bravos receberam.
Na imagem em baixo, o General Governador-Geral Venâncio Deslandes condecora os militares supra-referidos na vila de Damba a 28/01/1962.

No dia 28 de Janeiro deste ano, passaram cinco décadas, 50 anos, sobre este momento importante da história e da phaleristica portuguesa.





Sem comentários:

Enviar um comentário