Cumpre-se hoje um ano sobre o lançamento deste Blogue.
Devo agradecer antes de mais, aos leitores, aos amigos, aos curiosos, aos faleristas, aos coleccionadores, aos amadores, aos que cá vêm regularmente e aos que cá vêm por engano.
Este é um projecto que veio para ficar. Falar sobre um tema que se esgota, sem poder variar muito, em Portugal, para portugueses, sobre história, sobre faleristica, é efectivamente um grande tiro no escuro, mas que, feito o balanço deste primeiro ano, foi certeiramente disparado.
Milhar e meio de leitores, cinco seguidores, numerosos comentários técnicos e de alento, numerosos contactos privados para esclarecimento de dúvidas ou compromissos vários, alguns contactos com o estrangeiro, várias publicações nos tops de pesquisa dos principais motores de busca, enfim, posso dizer que até agora, tenho cumprido com o que me comprometi desde o meu primeiro post, e relembro:" Este blogue surge da necessidade de ter um suporte on-line onde a medalha da cruz de guerra da Republica Portuguesa seja o objecto de estudo principal."
A muito do que me propus ainda não dei resposta, e acredito que a muito do que se possa esperar deste Blogue muitas respostas tenho que dar. Farei sempre o meu melhor, com a periodicidade que me for possivél, embuido da certeza e do espírito que cada publicação, cada leitura, cada pesquisa, cada contacto, cada imagem, é um claro contributo para a partilha e ensino da nossa História.
Feito os agradecimentos e o balanço deste nosso primeiro ano, fica no seguimento do post anterior uma nova peça da minha colecção;
Esta peça é-me, como todas as outras, muito querida. Talvez com uma pequena diferença, é que esta como poucas outras pode rapidamente contar-me muito sobre o agraciado. Prometo uma pesquisa séria e dar aqui nota sobre o que descobrir.
No post anterior referi, transcrevendo da legislação, que as medalhas atribuídas por feitos em campanha eram ornamentadas na fivela pela letra "C", significada naturalmente da palavra Campanha, contudo mais tarde na década de 20, em Diploma ainda a encontrar, a letra "C" foi substituída por uma palma doirada, indicando assim que aquela condecoração foi entregue por feitos em Campanha.
(Sei agora, tratar-se do Decreto n.º 11.649, de 7 de Maio de 1926, que às portas do Golpe do 28 de Maio e do inicio da Revolução Nacional, decretou atribuir-se as palmas às ordens e medalhas atribuídas em feitos de campanha contra inimigos da Pátria, não suprimindo os "C", mas relegando-os para identificar as ordens e medalhas atribuídas em campanhas internas, nas revoltas, revoluções, golpes e contra golpes na defesa da Republica ou contra a Republica.)
O conjunto acima é em tudo sublime. Fivelas e barra em prata patinada de negro, possivelmente para não reflectir o Sol em Uniforme de Campanha, fitas em bom estado de preservação de cor e textura, e palmas incrustadas nas fivelas.
É também um conjunto de grande valor militar, mostrando as duas maiores condecorações à época (O T.E./ M.D.C.) (1920), sendo mais do que certo terem pertencido a um grande e valoroso português que se arriscou na Flandres ou em África, pela Republica e por todos nós.
Da Esquerda para a direita; Ordem Militar da Torre e Espada com Palma (impossivél destrinçar o grau dada a ausência de roseta), Medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe, duas Medalhas Militares de Bons Serviços com Palma. (Relativamente à Ordem da Torre e Espada, sei agora que, dada a ausência de roseta, é altamente provável tratar-se do grau de Cavaleiro.)
É de notar um estranho nivelamento inferior das fitas, algo nada comum à época, mas que se justifica com a existência mais do que provável de uma segunda barra, para pelo menos conter a Medalha Inter-Aliada da Vitória.
O meu grande e publico agradecimento a um amigo que fez questão de me ajudar no encontro dos decretos, e no esclarecimento da identificação da O.T.E.