Fernando d´Oliveira Pinto, 1888/ 1961, Contra-Almirante e
Vice-Almirante da Marinha de Guerra Portuguesa, Herói da Cruz de Guerra.
Figura de incontornável relevo na história moderna da nossa Marinha, chegou a ser por curto período de tempo, chefe de Estado-Maior Naval (actualmente e desde 1955 Estado Maior da Armada) entre 31 de Dezembro de 1948 e 10 de Dezembro de 1949.
A Grande Guerra apanhou-o na força da Idade, e nela se manifestaram as melhores qualidades que tinha para oferecer à Pátria, à República, à Armada e aos seus camaradas de armas.
Homem de grande valor militar, moral e intelectual, teve durante a participação Portuguesa na 1ª Grande Guerra, oportunidade de ilustrar algumas das mais brilhantes páginas dos feitos de armas da Marinha, naquele grande confronto que era a disputa dos mares Portugueses entre David e Golias.
Ainda antes da declaração de guerra a Portugal pela Alemanha, a 9 de Março de 1916, já os nossos travavam em Africa, mais uma vez e não pela ultima, já contra o Império de Guilherme II, as batalhas e os combates que fizeram rubra de sangue e vitória a bandeira dos nossos avós.
Ao sul de Angola se escreveram muitas páginas de História, uma delas com o nome de Oliveira Pinto.
Jovem 2º Tenente, integrou umas das muitas colunas mistas com homens de Marinha e do Exército que tinham a espinhosa missão de pacificação das tribos indígenas da zona fronteiriça e do combate ao invasor Alemão.
Notabilizou-se pelos combates no Cuanhama e nas cargas de infantaria que ali comandou, tendo por isso sido condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 3ª Classe.
Mais tarde, já de regresso à armada e ao mar, vem a dar-se um episodeo pouco conhecido mas de significativo valor histórico e militar para a guerra no mar e para Portugal.
Era a tarde de 21 de Agosto de 1918, o mítico Patrulha de Alto Mar, muitas vezes referido como Caça-Minas Augusto de Castilho, sob o comando do então 1º Tenente Oliveira Pinto, têm um encontro inesperado com um grande submarino Alemão.
Ao largo do Cabo Raso, perto de Cascais, às portas da Capital do Império e de um porto seguro para os Aliados, dá-se o combate. Desta vez vencido pelo Augusto Castilho (ao contrário do que acontecerá mais tarde no Açores contra um outro submarino Alemão, o U-139), que com um certeiro disparo da peça de 65mm de avante, pôs fora de combate o submarino inimigo que prontamente se pôs em fuga.
Por este acto será condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 2ª Classe.
Virá a falecer a 29 de Junho de 1961, no ano em que começa a Guerra de Angola, pela ultima vez na história de Portugal, em Lisboa, província e cidade que defendeu com risco de vida décadas antes.
O conjunto de condecorações que ostenta o Sr. Almirante Oliveira Pinto, nesta fotografia da minha colecção, é certamente digno de admiração. Para este artigo, e no seguimento do anterior, destacam-se naturalmente as duas Cruzes de Guerra cujas histórias foram já aqui contadas.
Pois como já referi, até 1946, a legislação impunha que as Cruzes de Guerra concedidas não se repetissem fisicamente tantas quantas vezes concedidas ao mesmo individuo, mas sim apenas se repetissem em miniatura de classe na mesma fita de uma única Cruz de Guerra.
Esta fotografia posterior a essa data, reflecte precisamente a alteração legislativa de 46, onde se repetem as Cruzes de Guerra e não apenas as classes.
As Medalhas da Cruz de Guerra do Contra-Almirante D´Oliveira Pinto, uma de 2º Classe, e a outra de 3ª Classe, têm como anverso a República em acordo com a lei, e curiosamente as fitas têm sete raios verdes, pouco comum de encontrar na década de 50.
Os louvores:
"Decreto de 31 de Maio de 1919 (D.G. 139 e 143, 2ª Série, 1919
O meu publico agradecimento ao amigo e académico P. Estrela, que mais uma vez me cedeu este conjunto de louvores, também ele grande estudioso, investigador e conhecedor da medalha da Cruz de Guerra.
Figura de incontornável relevo na história moderna da nossa Marinha, chegou a ser por curto período de tempo, chefe de Estado-Maior Naval (actualmente e desde 1955 Estado Maior da Armada) entre 31 de Dezembro de 1948 e 10 de Dezembro de 1949.
A Grande Guerra apanhou-o na força da Idade, e nela se manifestaram as melhores qualidades que tinha para oferecer à Pátria, à República, à Armada e aos seus camaradas de armas.
Homem de grande valor militar, moral e intelectual, teve durante a participação Portuguesa na 1ª Grande Guerra, oportunidade de ilustrar algumas das mais brilhantes páginas dos feitos de armas da Marinha, naquele grande confronto que era a disputa dos mares Portugueses entre David e Golias.
Ainda antes da declaração de guerra a Portugal pela Alemanha, a 9 de Março de 1916, já os nossos travavam em Africa, mais uma vez e não pela ultima, já contra o Império de Guilherme II, as batalhas e os combates que fizeram rubra de sangue e vitória a bandeira dos nossos avós.
Ao sul de Angola se escreveram muitas páginas de História, uma delas com o nome de Oliveira Pinto.
Jovem 2º Tenente, integrou umas das muitas colunas mistas com homens de Marinha e do Exército que tinham a espinhosa missão de pacificação das tribos indígenas da zona fronteiriça e do combate ao invasor Alemão.
Notabilizou-se pelos combates no Cuanhama e nas cargas de infantaria que ali comandou, tendo por isso sido condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 3ª Classe.
Mais tarde, já de regresso à armada e ao mar, vem a dar-se um episodeo pouco conhecido mas de significativo valor histórico e militar para a guerra no mar e para Portugal.
Era a tarde de 21 de Agosto de 1918, o mítico Patrulha de Alto Mar, muitas vezes referido como Caça-Minas Augusto de Castilho, sob o comando do então 1º Tenente Oliveira Pinto, têm um encontro inesperado com um grande submarino Alemão.
Ao largo do Cabo Raso, perto de Cascais, às portas da Capital do Império e de um porto seguro para os Aliados, dá-se o combate. Desta vez vencido pelo Augusto Castilho (ao contrário do que acontecerá mais tarde no Açores contra um outro submarino Alemão, o U-139), que com um certeiro disparo da peça de 65mm de avante, pôs fora de combate o submarino inimigo que prontamente se pôs em fuga.
Por este acto será condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 2ª Classe.
Virá a falecer a 29 de Junho de 1961, no ano em que começa a Guerra de Angola, pela ultima vez na história de Portugal, em Lisboa, província e cidade que defendeu com risco de vida décadas antes.
O conjunto de condecorações que ostenta o Sr. Almirante Oliveira Pinto, nesta fotografia da minha colecção, é certamente digno de admiração. Para este artigo, e no seguimento do anterior, destacam-se naturalmente as duas Cruzes de Guerra cujas histórias foram já aqui contadas.
Pois como já referi, até 1946, a legislação impunha que as Cruzes de Guerra concedidas não se repetissem fisicamente tantas quantas vezes concedidas ao mesmo individuo, mas sim apenas se repetissem em miniatura de classe na mesma fita de uma única Cruz de Guerra.
Esta fotografia posterior a essa data, reflecte precisamente a alteração legislativa de 46, onde se repetem as Cruzes de Guerra e não apenas as classes.
As Medalhas da Cruz de Guerra do Contra-Almirante D´Oliveira Pinto, uma de 2º Classe, e a outra de 3ª Classe, têm como anverso a República em acordo com a lei, e curiosamente as fitas têm sete raios verdes, pouco comum de encontrar na década de 50.
Os louvores:
"Decreto de 31 de Maio de 1919 (D.G. 139 e 143, 2ª Série, 1919
Hei por bem, sob proposta do Ministro da Marinha, e tendo em vista o parecer da comissão encarregada de propor recompensas por feitos durante o estado de guerra, decretar que seja concedida a Cruz de Guerra de 2ª classe, aos Oficiais abaixo mencionados, pelos motivos que a cada um vai indicado:
...
1º Tenente Fernando de Oliveira Pinto – pela coragem e decisão que demonstrou no dia 21 de Agosto de 1918, sendo Comandante do Caça-Minas Augusto de Castilho, quando, ao largo do Cabo Raso, este navio atacou, com tiros de peça, um submarino inimigo de grandes dimensões.
Decreto de 22 de Agosto de 1922 (D.G. 198, 2ª Série, 1922
Por decretos de 22 de Agosto corrente, sob proposta do Ministro da Marinha, e tendo em vista o parecer da comissão de recompensas às expedições no ultramar, foi galardoado o pessoal da Armada abaixo mencionado pela forma e serviços que lhes vai indicado:
...
Cruz de Guerra de 3ª classe:
1º Tenente Fernando de Oliveira Pinto – porque, tendo feito parte da coluna que em 1915 operou no sul de Angola, no posto de 2º Tenente, distinguiu-se pela inteligência, energia, actividade, resistência à fadiga, espírito disciplinador em todos os serviços e ainda valentia de que deu mostras nos combates travados no Cuanhama, e em especial na direcção das cargas executadas pelos seus pelotões em 20 de Agosto. "
Várias curiosidades podemos absorver desta magnifica fotografia, mas a que mais me agrada é a evolução da Medalha militar entre o modelo de 1919 da Medalha de Valor Militar com palma, e a de Serviços distintos de 1946 que, ladeiam respectivamente pela direita e pela esquerda as medalhas da Cruz de Guerra.
1º Tenente Fernando de Oliveira Pinto – porque, tendo feito parte da coluna que em 1915 operou no sul de Angola, no posto de 2º Tenente, distinguiu-se pela inteligência, energia, actividade, resistência à fadiga, espírito disciplinador em todos os serviços e ainda valentia de que deu mostras nos combates travados no Cuanhama, e em especial na direcção das cargas executadas pelos seus pelotões em 20 de Agosto. "
Várias curiosidades podemos absorver desta magnifica fotografia, mas a que mais me agrada é a evolução da Medalha militar entre o modelo de 1919 da Medalha de Valor Militar com palma, e a de Serviços distintos de 1946 que, ladeiam respectivamente pela direita e pela esquerda as medalhas da Cruz de Guerra.
O meu publico agradecimento ao amigo e académico P. Estrela, que mais uma vez me cedeu este conjunto de louvores, também ele grande estudioso, investigador e conhecedor da medalha da Cruz de Guerra.
Caro amigo boa noite
ResponderEliminarSobre este episódio do Agusto de Castilho não sei se têm conhecimento deste raro filme existente na cinemateca portuguesa feito pela tripulação alemã do submarino á época do afundamento e salvamento dos tripulantes do navio português...de qualquer forma deixo-lhe aqui o link para visualização, é um documento impressionante:
http://www.cinemateca.pt/Cinemateca-Digital/Ficha.aspx?obraid=2261&type=Video
Cump.
Caro Peron,
ResponderEliminarPor vários motivos, uns mais felizes que outros tenho andado arredado desta nossa paixão...
Sim já o conhecia. A este, e a uma pequena série de filmes onde a Cruz de Guerra e os seus condecorados têm especial importância.
Embora este filme, em tudo fantástico, nada tenha a ver directamente com a Cruz de Guerra, também embora todos os seus sobreviventes a tenham recebido, é daquele tipo de filmes sobre a nossa história e sobre a 1ª Grande Guerra que deveria ser de visionamento obrigatório a todos.
E por isto o meu fraterno agradecimento pela referência =)
Um abraço